No próximo sábado (31) é celebrado o Dia Mundial sem Tabaco, e a embriologista e especialista em reprodução assistida, Dra. Salomé Espínola, alerta para os impactos do cigarro sobre a fertilidade masculina. Substâncias tóxicas como nicotina, cádmio e monóxido de carbono prejudicam diretamente a qualidade seminal, afetando a contagem, motilidade e morfologia dos espermatozoides.
Homens fumantes podem apresentar uma redução de até 30% na contagem espermática, maior incidência de espermatozoides anormaisemotilidade reduzida — fatores que dificultam a fecundação. Além disso, o tabagismo aumenta a fragmentação do DNA espermático, relacionada a abortos espontâneos, doenças congênitas e câncer infantil.
“Substâncias tóxicas presentes no cigarro como a nicotina, induzem a um estresse oxidativo no sêmen, produzindo radicais livres que danificam o DNA dos espermatozoides”, explica a Dra. Salomé. Esse desequilíbrio compromete a fertilidade e eleva o risco de problemas de saúde para os descendentes.
O tabagismo também altera os níveis de hormônios como a testosterona, FSH e LH — e aumenta a viscosidade sanguínea, impactando tratamentos hormonais. Além disso, está associado a uma maior incidência de disfunção erétil, agravando a dificuldade de concepção.
Diagnóstico e prevenção
Embora o espermograma tradicional avalie aspectos básicos, ele não detecta a fragmentação do DNA. Por isso, exame complementar como o teste de fragmentação do DNA espermático é fundamental. “Essa fragmentação é uma das principais causas ocultas de infertilidade masculina e está diretamente ligada ao tabagismo”, alerta a especialista.
A boa notícia é que, ao parar de fumar, a fertilidade tende a melhorar. A motilidade e a morfologia dos espermatozoides podem se recuperar entre três a seis meses, com redução do estresse oxidativo e restauração da integridade do DNA, embora alguns danos possam ser irreversíveis.
As principais recomendações são: tentar interromper o tabagismo, buscar acompanhamento médico especializado e realizar o espermograma com teste de fragmentação do DNA.
Apesar das evidências, a conscientização sobre o impacto do cigarro na fertilidade masculina ainda é baixa. “Parar de fumar é um ato de responsabilidade não só com a própria saúde, mas com as futuras gerações. A fertilidade masculina não é apenas quantidade, mas também qualidade genética”, finaliza a Dra. Salomé Espínola.